Colêmbolos e fungos micorrízicos arbusculares como indicadores de degradação em fragmentos florestais de encosta

Autores

  • Rafael Nogueira Scoriza Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
  • Maria Elizabeth Fernandes Correira Pesquisadora da Embrapa Agrobiologia
  • Eliane Maria Ribeiro da Silva Pesquisadora da Embrapa Agrobiologia

Resumo

Para o sucesso de qualquer medida de conservação e recuperação, é necessário avaliar e interpretar o grau de degradação das florestas fragmentadas, ambiente dominante na paisagem tropical. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar os colêmbolos epígeos e os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) como indicadores de degradação em fragmentos florestais de encostas de morrotes. O estudo foi realizado em quatro fragmentos florestais nas bacias hidrográficas dos rios Macacu e Caceribu, no município de Itaboraí, Estado do Rio de Janeiro. Como os fragmentos florestais estão em morrotes, as coletas foram realizadas nos terços superior, médio e inferior, na época seca e úmida do ano. Na comunidade de colêmbolos, a ordem Entomobryomorpha foi predominante, com maior número de indivíduos na época seca. Para os FMA, a menor densidade de esporos no fragmento P1 é um indicativo de uma biota mais diversa e estável. Ambas as comunidades apresentaram relação com atributos do solo e da vegetação, denotando sua sensibilidade a fatores e a alterações ambientais. Dessa forma, mesmo ocupando diferentes estratos verticais do solo, apresentaram respostas semelhantes, apontando o fragmento florestal P1 como o mais conservado e com potencial de ser utilizado como referência em projetos de recuperação de áreas degradadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rafael Nogueira Scoriza, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Biólogo/UFSCAR. Mestre em Ciências Ambientais e Florestais/UFRRJ. Doutorando em Agronomia - Ciência do Solo/UFRRJ.

Maria Elizabeth Fernandes Correira, Pesquisadora da Embrapa Agrobiologia

Bióloga. Doutora em Agronomia - Ciência do Solo

Eliane Maria Ribeiro da Silva, Pesquisadora da Embrapa Agrobiologia

Engenheria Florestal. Doutora em Agronomia - Ciência do Solo

Referências

AQUINO, A. M.; AGUIAR-MENEZES, E. L; QUEIROZ, J. M. Recomendações para Coleta de Artrópodos Terrestres por Armadilhas de Queda (Pitfall – Traps). Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2006. 8 p.

BONFIM, J.A.; VASCONCELOS, R.L.F.; STURMER, S.L.; CARDOSO, E.J.B.N. Arbuscular mycorrhizal fungi in the Brazilian Atlantic forest: A gradient of environmental restoration. Applied Soil Ecology, v. 71, p. 7-14, 2013.

CHAUVAT, M.; PEREZ, G.; PONGE, J. Foraging patterns of soil springtails are impacted by food resources. Applied Soil Ecology, v. 82, p. 72-77, 2014.

DAYNES, C. N.; FIELD, D. J.; SALEEBA, J. A.; COLE, M. A.; MCGEE, P. A. Development and stabilization of soil structure via interactions between organic metter, arbuscular mycorrhizal fungi and plant roots. Soil Biology & Biochemistry, v. 57, p. 683-694, 2013.

DEEPIKA, S.; KOTHAMASI, D. Soil moisture – a regulator of arbuscular mycorrhizal fungal community assembly and symbiotic phosphorus uptake. Mycorrhiza, v. 24, n. 6, 2014.

EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Corredor ecológico do COMPERJ: um caminho verde para o COMPERJ. Rio de Janeiro: Ecce Design S/C Ltda, 2007. 39 p.

FERREIRA JÚNIOR, W. G.; SCHAEFER, C. E. G. R.; SILVA, A. F. Uma visão pedogeomorfológica sobre as formações florestais da Mata Atlântica. In: MARTINS, S. V. (Ed.). Ecologia de florestas tropicais do Brasil. 2a. ed. rev. E ampl. Viçosa: Ed. UFV, 2012. p. 141-174.

GERDEMANN, J. W.; NICOLSON, T. H. Spores of mycorrhizal endogone species extracted from soil by wet-sieving and decanting. Transactions of British Mycological Society, v. 46, p. 235-244, 1963.

GOMES, J. B. V.; CURCIO, G. R.; DEDECEK, R. A.; RAMOS, M. R. Atributos dos solos do complexo pertroquímico Comperj em função de variações litotípicas, da paisagem e do uso atual. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 34, n. 77, p. 1-11, 2014.

GREENSLADE, P. Insects of Australia. 2a Ed. New York: Melbourne University Press, 1991. p. 252-268.

HEGER, T. J.; IMFELD, G.; MITCHELL, E. A. D. Special issue on “bioindication in soil ecosystems”: Editorial note. European Journal of Soil Biology, v. 49, p. 1-4, 2012.

HOPKIN, S. P. Biology of the Springtails (Insecta: Collembola). New York: Oxford University Press, 1997. 340 p.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS / FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica período 2011-2012. São Paulo: INPE/SOS Mata Atlântica, 2013.

JEFFERY, S.; GARDI, C.; JONES, A.; MONTANARELLA, L.; MARMO, L.; MIKO, L.; RITZ, K.; PERES, G.; ROMBKE, J.; VAN DER PUTTEN, W.H. European atlas of soil biodiversity. European Union, 2010. p. 104-105.

MUSCOLO, A.; PANUCCIO, M. R.; MALLAMACI, C.; SIDARI, M. Biological indicators to assess short-term soil quality changes in forest ecosystems. Ecological Indicators, v. 45, p. 416-423, 2014.

PAGANO, M. C.; UTIDA, M. K.; GOMES, E. A.; MARRIEL, I. E.; CABELLO, M. N.; SCOTTI, M. R. Plant-type dependente changes in arbuscular mycorrhizal communities as soil quality indicator in semi-arid Brazil. Ecological Indicators, v. 11, p. 643-650, 2011.

PENG, S.; GUO, T.; LIU, G. The effects of arbuscular mycorrhizal hyphal networks on soil aggregations of purple soil in southwest China. Soil Biology & Biochemistry, v. 57, p. 411-417, 2013.

PEREIRA, C. M. R.; SILVA, D. K. A.; FERREIRA, A. C. A.; GOTO, B. T.; MAIA, L. C. Diversity of arbuscular mycorrhizal fungi in Atlantic forest areas under different land uses. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 185, p. 245-252, 2014.

RUSEK, J. Biodiversity of Collembola and their functional role in ecosystem. Biodiversity and Conservation, v. 7, p. 1207-1219, 1998.

SMITH, S. E.; READ, D. J. Mycorrhizal symbiosis. London: Academic Press, 2008. 787 p.

TABARELLI, M.; AGUIAR, A. V.; RIBEIRO, M. C.; METZGER, J. P. A conversão da floresta atlântica em paisagens antrópicas: lições para a conservação da diversidade biológica das florestas tropicais. Interciência, v. 37, n. 2, p. 88-92, 2012.

UHLMANN, A.; BONNET, A.; CURCIO, G. R.; SILVA, A. P.; GONÇALVES, F. L. A.; RESENDE, A. S. A cobertura vegetal das florestas e pastagens. In: PRADO, R. B.; FIDALGO, E. C. C.; BONNET, A. Monitoramento da revegetação do Comperj: etapa inicial. Brasília: Embrapa, 2012. p. 223-244.

ZANGARO, W.; MOREIRA, M. Micorrizas arbusculares nos biomas Floresta Atlântica e Floresta de Araucária. In: SIQUEIRA, J. O.; SOUZA, F. A.; CARDOSO, E. J. B. N., TSAI, S. M. (Eds.). Micorrizas: 30 anos de pesquisas no Brasil. Lavras: UFLA, 2010. p. 279-310.

ZEPPELINI FILHO, D.; BELLINI, B. C. Introdução ao estudo dos Collembola. João Pessoa: Editora da UFPB, 2004. 77 p.

ZEPPELINI, D.; BELLINI, B. C.; CREÃO-DUARTE, A. J.; HERNÁNDEZ, M. I. M. Collembola as bioindicators of restoration in mined sand dunes of Northeastern Brazil. Biodiversity Conservation, n. 18, p. 1161-1170, 2009.

Downloads

Publicado

2017-05-02

Edição

Seção

Artigos Científicos